♪ “É a geração dos seres galácticos andarilhos em busca da transcendência.Seres que acharam na música eletrônica, nos enteógenos, na dança e nas artes, a chave para a expansão da consciência. Essa é minha Tribo.” ♪

sábado, 18 de setembro de 2010

domingo, 31 de janeiro de 2010

MANIFESTO PELA LIBERDADE

Raves: É proibido proibir?

Gabriela Loschi - Psyte

Campinas, 21 de março. Milhares de pessoas se preparavam para aquela que seria a maior edição da Kaballah. Oito horas da noite, caravanas de todo o Brasil, rumo ao Pólo Marquesa, recebiam desolados a notícia: uma liminar da justiça proibiu a realização do evento. Motivo? Um vizinho (que não quer ser identificado) moveu um recurso, sob alegação de barulho. Renato Pavoni levou um prejuízo de R$ 85, “o que não é nada perto de quem vinha de longe, e perto do que os organizadores perderam. É preciso analisar, que nesse caso, prevaleceu a vontade de apenas uma pessoa, que ganhou [o recurso] porque tinha dinheiro”.

Dezembro de 2008, Guapimirim - RJ. Prefeito Nelson do Posto proíbe realização da Organix. Motivos: “Neste tipo de evento ocorre excesso de consumo de drogas, além de alto índice de vandalismo após o término das festas, com quebradeiras e brigas generalizadas”. Nota da organização: “Somos vítimas de preconceito e discriminação partindo de todas as partes”.

Jaguariúna, 25 de agosto de 2008, festa SOMA cancelada. Duas semanas antes, toda a papelada pronta, o prefeito Tancísio Cleto Chiavegato sanciona a lei Nº 1.817 que “proíbe, no âmbito do Município de Jaguariúna, a realização de eventos e festas de atividades dançantes conhecidas como Festas ‘Rave’ e semelhantes”. E mesmo com o AVCB do Corpo de Bombeiros em mãos, atestando a segurança da festa, não teve jeito...

Prefeitura de Cabreúva nega alvará para realização da PsyArena. Alegações: “festas raves” são mal vistas no cenário nacional e recentemente ocorrera uma morte numa rave grande da região. Por prevenção, não liberaram.

Já há algum tempo essas histórias têm ecoado alto, de norte a sul do país. Mas o que esses e muitos outros casos semelhantes querem dizer? A verdade é que quando não se consegue proibir por leis, autoridades têm conseguido ações judiciais que impedem a realização de uma - e quantas mais forem necessárias – festa. A tendência pegou principalmente nos últimos três anos, depois do boom da música eletrônica. Foi com a popularização das raves que os problemas judiciais começaram a aparecer, assim como as ocorrências dentro delas. Quando eram pequenas e escassas, poucos se importavam, mas bastaram sair dos cafundós e adentrar nos domicílios, para serem cutucadas.

A questão é que fatos como mortes, roubos, brigas e reclamações de vizinhos por barulho, por mais esporádicos que sejam, são motivos para um alvará negado. Mas será que as avaliações têm sido feitas com justiça? Onde começa o direito de um, onde termina o do outro? São posições que esbarram em argumentos do tipo: “não existem brigas em raves”, “as festas são da paz”, “não há mais uso de drogas do que em outros eventos”... Essas afirmações se respaldam na percepção de que em carnaval e outras festividades, acontece tudo aquilo e mais um pouco. É sabido que em micaretas e muitos outros eventos, todos consomem bebidas alcoólicas muito além do normal, acarretando em mortes e acidentes, e mesmo assim, elas são toleradas. Também não é possível dizer com precisão em que locais as drogas são mais usadas, pois as estatísticas no Brasil ainda estão sendo mapeadas. Mas então... Por que tanta perseguição aos eventos de música eletrônica? Seria censura? Preconceito? Precaução? Mas... proibir esse tipo de festa, que é uma manifestação cultural, seria uma boa precaução?

Essa questão envolve posicionamentos ideológicos, criminais, judiciais, culturais, sociológicos e até mesmo constitucionais, já que o Artigo 215 do texto constitucional da cultura diz que “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”.

LONGA DISCUSSÃO
Muitos países já tentaram proibir. Londres ficou famosa, na década de 90, quando o parlamento aprovou leis anti-raves, e as squats – raves escondidas - se proliferaram. Na mesma época, Los Angeles proibiu. Hoje, alguns eventos sofrem repressão pela polícia na Itália e na França, e Portugal teve o território do último Boom invadido, com o objetivo de acharem entorpecentes no local, que pudessem cancelar o festival. Nada foi encontrado. Ibiza foi surpreendida ano passado com uma lei que proíbe festas durante um período do dia. Segundo alguns tablóides locais, isso poderia acarretar em festas escondidas - a exemplo de Londres -, pois a lei descaracteriza a proposta de uma rave.

BRASIL
No Brasil o primeiro Estado a conseguir extinguir as festas de música eletrônica foi Santa Catarina. Em 2003, o delegado Cláudio Monteiro, da Divisão de Repressão a Entorpecentes da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Santa Catarina, afirmou que não seria uma lei ou uma portaria que acabaria com o consumo de drogas, uma vez que este já é proibido. Em Curitiba, onde a proibição já foi amplamente discutida, o secretário Antidrogas Fernando Francisquini declarou: "Em Santa Catarina, uma lei proíbe as festas raves. Mesmo assim elas acontecem e sem qualquer fiscalização. Apesar da proibição, o tráfico de drogas é maior do que no Paraná, onde é liberado". Na ocasião, ele se disse a favor da regulamentação das festas, já que a proibição não surtiria efeitos.

Em 2007, o vereador José Elias Murad (PSDB) criou o projeto de lei 1.543, proibindo “no âmbito da cidade de Belo Horizonte a realização de eventos de música eletrônica, chamadas ‘raves’ ou assemelhadas”. Na justificativa, o texto afirmava que “este tipo de evento, que em muitos casos pode alcançar mais de 24 horas, tornou-se um terreno fértil de distribuição e consumo de vários tipos de drogas, principalmente aquelas chamadas ‘sintéticas’, como o ecstasy”. O projeto não conseguiu ser votado até o término do ano, e foi reapresentado para votação em 2009. Em compensação, no mesmo ano, o deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT) tentou proibir em âmbito estadual as festas em Minas Gerais, mas não conseguiu aprovação do projeto, que foi modificado para a regulamentação de eventos de música eletrônica, bailes funks e similares em todo o estado. O deputado Hely Tanquinho (PV), em parecer, disse que a proibição fere o princípio constitucional da liberdade individual.

Travando uma luta sem fim, o Rio de Janeiro tenta, desde 2003, a proibição por leis. Na capital, o vereador Theo Silva tentou. Ele afirmou, na justificativa, que assim como em bailes funks, nas raves "traficantes contratam os artistas para cantar e vender drogas para os freqüentadores". O projeto de lei foi arquivado pela não reeleição do parlamentar, mas em compensação, a criação de uma lei estadual que proíbe bailes funks e raves com mais de 12h de duração, pelo deputado estadual Álvaro Lins, e sancionada pelo governador Sérgio Cabral, atiçou a fúria de muita gente, que considerou a lei preconceituosa, já que ela não trata de eventos em geral, mas somente de dois estilos musicais. A lei teria dado respaldo à Polícia Militar, para impedir a virada do ano eletrônica em Ipanema. Um laudo policial apontou falta de segurança e a associação de moradores fez abaixo-assinado. Na ocasião, Marcelinho CIC, um dos DJs que tocaria no revéillon, chegou a declarar: "Nossos jovens terão que ouvir samba e axé, por que afinal isso pode. Lamentável". É que as alegações de que os palcos de música eletrônica trariam multidões causando brigas, violência e desordem, foram criticadas por parte da comunidade, que não entendeu a diferença entre um evento com música eletrônica e um evento com pagode, samba, axé. É difícil mesmo de compreender.

Quando não são vizinhos, a Igreja Evangélica faz força: Em Alto Paraíso, Goiás, ela pressionou tanto que a Câmara dos Vereadores quase aprovou uma lei de proibição, vetada pelo prefeito por ser inconstitucional. Ano passado, na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, um vereador quis proibir totalmente qualquer tipo de evento de música eletrônica. Recebeu críticas, inclusive do vereador Netinho, que pediu vistas ao projeto sob a seguinte alegação: “Isso é muito sério. Há eventos semelhantes como carnaval e ano novo, onde todos bebem e fumam também”. De acordo com o assessor jurídico da casa, André Domingos, o projeto é inconstitucional: “Ele fere o artigo 5º que afirma todos serem iguais perante a lei e também o inciso 8º que garante ninguém ser privado de seus direitos. O correto não é impedir a realização deste tipo de evento, mas sim regulamentar. Deve-se exigir a presença da PM, do Conselho Tutelar, de ambulância e médicos e também a fiscalização de instalações elétricas, arquibancadas e infra-estrutura em geral”.

No Estado de São Paulo, o deputado Estadual Fernando Capez (PSDB), através do Projeto de Lei Estadual 1.388/07, que visa a regulamentação das festas de música eletrônica no estado, levantou discussão fervorosa entre a comunidade. O Psyte promoveu um debate entre internautas e o parlamentar, no qual Capez afirmou nunca ter ido a uma rave, mas ter “conhecimento do que ocorre nesses eventos”. O Projeto ainda não foi votado. Em Campinas, o vereador Zé Carlos (PDT) também ainda não conseguiu aprovar seu projeto de lei, mas a cidade dificulta cada vez mais os eventos, e vizinhas da Região Metropolitana, como Pedreira, também estão tomando suas providências, pois afirmam não terem estrutura para receber tais festas. Algumas justificativas são vagas, como a do vereador Flávio Ferraz Avezum: “Temos informações de que nas ‘raves’ ocorrem envolvimento dos participantes com o consumo de drogas, principalmente o ‘ecstasy’ e com a promiscuidade”. Para essa argumentação, a estudante Camila Favanella responde: “Ecstasy ninguém nega! Mas promiscuidade? Esses vereadores deveriam se informar melhor antes de saírem por aí criando leis!”. Quem vai em rave sabe: dizer que são antros de sexo – assim como palco de brigas - é o mesmo que dizer que em carnaval ninguém se beija. Fatos isolados não deveriam ser tomados como gerais.

MAS... CENSURA EM PLENO SÉCULO 21?
Pois é. Quando José Sarney assumiu a presidência em 1985, no lugar de Tancredo Neves, muita gente pensou estar enterrando a ditadura, e com ela a censura. Já fazem quase 25 anos e o brasileiro não espera viver aquelas repressões novamente. Acontece que, para muita gente, a música eletrônica vive hoje um momento crítico, em alguns casos de retaliação (por gente que não conhece, nunca foi, e simplesmente não gosta e quer proibir) e de injustiça. Não se trata de exagero. Basta olharmos os fatos e refletirmos. Há demagogia e argumentos preconceituosos e conservadores envolvidos. “Freqüento festas há 10 anos e sei que muita coisa do que falam é mero preconceito. Mentira. E das grandes. Para mim, a mídia ajuda a espalhar esses boatos”, afirma Rafael Salles, de Curitiba. Mas há também assuntos sérios que necessitam providências, em especial o uso de drogas.

O psicólogo Murilo Battisti, pesquisador da Universidade Federal de São Paulo, estuda drogas sintéticas, principalmente o ecstasy, e é contra a proibição das raves, pois, segundo ele, não resolve o problema das drogas: “Já foi feito na Inglaterra e é um exemplo claro de política pública que não dá certo. As raves têm participação no uso de drogas no mundo, pois sua proposta é um convite a uma experiência sensorial – tem a iluminação, a música, a decoração – e é nesse convite que o uso de drogas entra. Existe também uma postura química intensa, onde o jovem acredita se divertir mais com essa química. Mas em que momento ele parou para fazer esse tipo de reflexão? A ferida é mais embaixo. O desafio é grande, mas a solução passa possivelmente pelo respeito à diversidade, ou seja, focar em prevenção”.

Para Guilherme Sala, o DJ Feio, que está há mais de dez anos na cena, as drogas são um problema que está presente em todas as partes: “das favelas às altas esferas da sociedade mundial, então não seria uma desculpa plausível”. Já tem, inclusive, muita gente dizendo que, se para acabar com as drogas, é necessário proibir as raves, então para acabar com a violência dos estádios, seria necessário proibir os jogos de futebol! “Para mim, é um racismo à juventude brasileira e mundial, com relação à música eletrônica, mas nós, enquanto Xxxperience, temos um respeito muito grande pelos órgãos públicos, que sabem que absolutamente tudo o que é exigido, é cumprido”, completa.

Segundo a psicóloga Maria Valéria, na época em que o rock surgia com toda a sua força, havia algo semelhante: diziam que era música de louco, de drogado, que eram jovens baderneiros etc. “O novo assusta, e a força do jovem é geralmente repreendida e questionada”, explica. Murilo Battisti afirma que naquela época havia juízo moral, como ocorre hoje: “O rock surgiu como uma forma de protesto, portanto, essa história que estamos vendo, não é nova. Temos que parar e olhar para os processos históricos”.

DIFÍCIL PROIBIR, E REGULAMENTAR?
A proibição é um fato em alguns lugares, mas em muitos outros, apenas tentativas frustradas. A alternativa para os políticos, então, é alterar o texto para a regulamentação. Solução, inclusive, aceita pela maioria dos organizadores de eventos, que veem como algo bom e necessário para a cena e para toda a comunidade. Mas a questão é: De que forma será feita essa regulamentação, sem que prejudique a essência e a proposta de uma rave? Sem que prejudique o mercado que emprega milhares de pessoas? Para isso, os empresários da cena gostariam de dialogar com os poderes públicos, e juntos encontrarem um consenso.

Rodrigo Piccolotto, que trabalha com gestão administrativa e organização de eventos, entende que regulamentar as raves é um passo importante, “porém o que se vê é um grande desconhecimento do que são essas festas, sua cultura, seu objetivo. Elas precisam ser regulamentadas sim, mas mantendo suas origens: festas em locais amplos e abertos, ao ar livre, prezando pela harmonia entre natureza e ser humano. Além disso são festas de longa duração, pois há várias vertentes na música eletrônica, e uma rotatividade do público”.

Ele e muitos outros organizadores procuram trabalhar em conjunto com a polícia, para inibir a entrada de substâncias psicoativas. Afirmam que o consumo de drogas em seus eventos reduz em até 20% a compra de produtos internamente, como bebidas e alimentos. Fernando de Oliveira, há sete anos trabalhando com eventos, diz que “o papel da polícia é inibir a ação daqueles que prejudicam a cena eletrônica, ou seja, os bandidos e traficantes. E o nosso é colaborar com as autoridades”.

Porém, as reclamações são no sentido de que as leis são autoritárias e não propõem o diálogo. A maioria das regulamentações atuais visam a enquadrar as raves nos parâmetros de festas já existentes, como uma boate em local fechado. Da forma como está sendo feita, sem debates, força por tabela, a extinção delas. “Não há, atualmente, políticos com ‘mente aberta’ para entender a cena, e em conjunto com os organizadores, formular regras que definam segurança, conforto e responsabilidade social”, afirma Rodrigo. O psicólogo Battisti, concorda que regulamentar não significa criar obstáculos para que ela exista: “Na Europa, os organizadores têm se mostrado extremamente colaboradores com as autoridades. Muita gente depende do segmento: garçons, promoters, empresários, faxineiros, DJs, organizadores, decoradores, e por aí vai... Eles vivem disso. Chegou a hora de criar condições para que a festa ocorra com segurança e priorizando a saúde”. Para se ter noção da complexidade que é organizar um evento desses, em uma festa como aquela Kaballah que foi cancelada, mais de 500 pessoas estavam envolvidas, além dos mais de 10 mil freqüentadores. Já uma edição especial da festa XXXperience, gera mais de mil empregos, e qualquer evento precisa cumprir uma baita burocracia e uma série de requisitos para acontecer.

Isso mostra que rave não é amadorismo. É profissionalismo. “É um movimento de repercussão global, de protesto, pois trás mensagens propondo mudanças, já que vivemos num mundo de violência urbana, e a cena eletrônica propõe o pacifismo; é a turma do ‘deixa disso’. Propõe uma atmosfera de inclusão, num mundo extremamente excludente. Ao mesmo tempo, é reflexo do mundo de hoje, com seu estilo de vida tecnológico, regido pela velocidade, com uma série de modismos, inseridos numa sociedade do consumo”, afirma Battisti. “Não podemos proibir rave e achar que ela vai sumir do mapa. É uma visão até ingênua”, completa. Ingênua e autoritária demais para um país que vive numa democracia. A solução mais urgente é a união entre autoridade e empresários da cena, para que sentem, discutam, dialoguem e cheguem às conclusões mais adequadas.

A sociedade pode perder muito com essa história. Mas também pode aprender. O rock continua vivo... E a música eletrônica? Só depende de cada um de nós a sua sobrevivência. Pois, abrir-se para o novo, também é se desenvolver.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Photobucket

Lançamento Soulvision Festival

Data: 05/02/2010 (sexta-feira)

Horário: 23h00

Local: Kizzar Haus

Cidade: Franca-SP

O Festival de carnaval Soulvision, um dos maiores eventos de música eletrônica do Brasil e maior do Estado de SP, realizará sua quarta edição no carnaval de 2010, depois do grande sucesso nas edições anteriores. Cidades com grande ascensão na cena da e-music foram escolhidas para celebrar a festa de Lançamento do festival, entre elas Franca/SP, que após 2009 entrou definitivamente para o cenário da música eletrônica na região.

Atrações:

Bonatini

Jotta (Playhou5/Soulvision) – São Paulo/SP

Teiti (Numb3rs! Live) – Ituverava/SP

Giuliano Marangoni

Headliner:

Jotta (Playhou5/Soulvision): Manoel Júnior mais conhecido como Jotta (26) é DJ desde os 17 anos, vivendo hoje em Ribeirão Preto é dono de um dos maiores e mais aclamados festivais do país, o "SOULVISION FESTIVAL" que acontece todos os anos no período do Carnaval reunindo artistas de todo mundo. Assinando o selo israelense "H2O Record`s" é o único DJ brasileiro a representar a gravadora, com seus sets energéticos e bem dançantes, técnica de mixagem única e como sempre cheio de novidades ele segue seu caminho ganhando espaço mundo a fora. Já se apresentou no Japão em 2007, no Caribe em 2008 e tem turnê agendada para o México em março de 2009. Jotta inicia seu novo e tão aguardado dj set em baixo bpm, criando sua própria agência a "PlayHOU5" e tocando vertentes como tech-house, progressive-house e techno, sempre com uma linha dançante e profunda ele segue agitando as pistas por onde passa e se tornando um dos mais promissores DJ`s do Brasil.

* Festa fechada – somente convidados *

Lista VIP: listavip2010@gmail.com (fechamento da lista: 05/02 21h00)

Você receberá um e-mail confirmando o recebimento dos nomes.

Preços:

- Feminino: VIP até 1h00 (após 1h00 será cobrado R$10,00)

- Masculino: R$15,00 c/ nome na lista;

* Dica: apresente seu ingresso do festival Soulvision e pague R$10,00

Site: www.soulvision.art.br

Info: (16) 9999-4968 / 9225-3693 / Nextel ID 87*45811 / 87*44005

Realização: Angelo Bonatini e Giuliano Marangoni


quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

GATHERING


terça-feira, 26 de janeiro de 2010

P.L.U.R.? - O que é isso mesmo? Isso é praticado ou é bobeira?

A origem do termo P.L.U.R é controversa, mas acredita-se que tenha sido criado pelo DJ americano Frank Bones. Renomado Dj e considerado por muitos como o “o pai das Raves nos EUA”. Ele levou no ano de 1993 esse conceito à costa Leste americana, mais precisamente para Nova York, através de diversas grandes festas undergrounds que vieram a ser conhecidas como “Storm Raves”. Ao término de uma de suas apresentações, Bones explicou ao público do que se tratava a festa e em 4 palavras disse porque ele havia trazido a cena para Nova York: Peace, Love, Union and Respect. Quando ele terminou, toda a platéia chacoalhou as mãos no ar em completa união e a partir daí a sigla P.L.U.R estava criada.

O P.L.U.R é uma sigla para uma espécie de filosofia de vida, que as pessoas tem a opção de seguir. Nessa filosofia de vida, seria preciso saber cultivar a paz individual e coletiva, cultivar sentimentos de carinho e amor para com o próximo, incitar a união entre todos e respeitar coisas, meio ambiente e outras pessoas, independente de credo, raça, religião, gostos e opiniões, etc. Tudo muito bonito, mas não resta apenas saber o significado da sigla, e sim é preciso saber, entender e tentar colocar esta filosofia em prática.

Muitas pessoas acham que o P.L.U.R é uma filosofia derivada da época do WoodStock e em parte é verdade, por que os hippies foram os criadores e propagadores do “Peace & Love”. Mas não só dos hippies que se originou esse termo, cujo conceito é mais antigo do que o termo que o cunha, e saber sobre ele é uma importante forma de conhecer um pouco a respeito da cultura rave.

Grande parte dos conceitos dessa cultura foram absorvidos do mundo oriental, mais precisamente a Índia, país em que fica Goa, local onde se originaram as raves. A cultura e a mistura de religiões, como o Hinduismo, Budismo e Bramanismo, tornou os hábitos do oriental muito mais designado ao seu ser, como se fosse dono de si e senhor de suas escolhas e sendo assim atribui-se mais ao individuo e não a Deus fazer o mundo melhor. A partir desse preceito a cultura rave se formou em torno do conceito do P.L.U.R, e deveria ser implícito que as pessoas que participam dessas festas deveriam praticá-lo.

Na atual cena brasileira, o termo P.L.U.R parece ter tido seu conceito esquecido, assim como sua prática, e por isso cada vez mais perde sentindo e se enfraquece para muitos que freqüentam as raves. Isso aconteceu subconscientemente e gradualmente e, vem de fatores que estão fora das raves, principalmente dois: econômico e cultural. No contexto econômico sofremos com o modelo capitalista em que nossas vidas estão inseridas, que nos obriga a sermos principalmente competitivos. Transpondo para o contexto das raves, muitas pessoas não se olham mais como possíveis amigos, mas sim como possíveis competidores, o que bate de frente com o conceito P.L.U.R. No contexto cultural, simplesmente há falta de informação (há casos em que a informação existe, mas pelo simples fato de vivermos em constante bombardeamento de informação, tendemos a simplesmente rejeitar e ignorar muita, e nesse processo dispensamos lixo, assim como coisas importantes e boas), que é necessária para alimentar a cultura. Muitas pessoas nunca ouviram falar do conceito P.L.U.R, e a maioria que já ouviu, simplesmente limita-se a saber quais palavras formam sua sigla.

Com a maioria das pessoas não conhecendo o conceito ou mesmo não entendendo realmente seu o significado (e por isso não sabendo o porque seria importante praticá-lo), o conceito P.L.U.R se torna uma palavra vazia de sentido, sendo alvo fácil de deformações e deturpações, como é o que está acontecendo hoje nas festas. A palavra P.L.U.R vem erroneamente sendo associada apenas às “boas vibrações” e modismos que as festas possuem como pessoas que não se conhecem se abraçando, pessoas com roupas coloridas, bichinhos de pelúcia aos montes ou simplesmente faixas com palavras bonitas.

O P.L.U.R não é apenas isso, e é exatamente por causa desse uso distorcido do sentido que pessoas que não concordam passam a atacar com movimentos anti-PLUR, qualquer um que seja a favor do movimento, sejam eles os que usam corretamente ou erroneamente o sentido (exs: vide movimentos “PLUR my ass” e a discriminação do pessoal “harebo” ou mesmo “FREAK”, como é rotulado o pessoal que leva o P.L.U.R mais a sério). P.L.U.R diz respeito ao espírito (no intrínseco sentido de suas palavras) que supostamente deveria reinar dentro dessas festas e também fora delas. Seria de certa forma o “Way of Life” perfeito.

Com a saída das raves do underground, a perda do sentido de conceitos importantes como o P.L.U.R, e a falta de informação ou de pessoas dispostas a informar e ensinar outras pessoas é o que faz das raves virarem grandes baladas a céu aberto. Muitas pessoas passam a ir em raves como se estivessem indo a uma outra balada qualquer ou micareta, e não sabem/entendem direito o que estão fazendo ali. Isso contribui ainda mais com a distorção do que deveria ser uma rave. (Que fique claro que não estamos criticando os que freqüentam a pouco tempo e sim os que distorcem o sentido da festa, sejam eles novatos ou veteranos de rave).

A filosofia do P.L.U.R (e consequentemente das raves) é defrontada hoje de duas formas: o uso errôneo do sentido e o direto ataque aos seus fundamentos. No âmbito do “uso errado do sentido”, vemos coisas estranhas acontecendo (assim como dissemos antes sobre bichinhos de pelúcia, animais de estimação, usar mascaras e fantasias ), como por exemplo o pensamento de que ser “PLUR” é ser feliz a qualquer custo ou pelo menos parecer ser feliz. Uma forma muito peculiar disso é o ato de querer ser amigo de todo mundo, abraçando todas as pessoas, mesmo as que nem se conhece, o que é estranho, pq fora de uma festa ninguém faz isso, nem mesmo essas pessoas. Esse uso errado do P.L.U.R faz parecer que uma festa é um portal entre o mundo real e o mundo do “faz de conta”, e isso, para muitos, não vai passar de bravata e de falsidade. Até aí tudo bem, apesar de estranho nada de maléfico, mas começa a complicar quando a segunda forma começa a se destacar, o “ataque direto aos fundamentos do PLUR”.

A segunda forma aparece através de diversos atos altamente ou completamente reprováveis, como: exagerar nas drogas (somos completamente contra o uso de qualquer entorpecente ilegal, chega os estragos que as bebidas podem fazer) e ficar tão doidão e sem controle, a ponto de agir de maneira agressiva e desrespeitosa (principalmente com mulheres, muitas vezes até acompanhadas) é uma das principais, pq pode dar origem a outros atos que também desrespeitam a filosofia, como brigas, discussões e empurra-empurra. Outros exemplos óbvios são os “showzinhos” que algumas pessoas adoram fazer, como dançar sobre caixas de som, subir nas estruturas metálicas da festa, arriscando até a vida, e conseqüentemente o bom andamento da festa, existindo exemplos de pessoas que ficaram até semi-nuas, o que é um comportamento lamentável e bate de frente com o conceito P.L.U.R.

Outra grave falta, e das mais reprováveis é o ato de jogar dejetos (latinhas, garrafas e bitucas de cigarro, etc) no chão da festa (que muitas vezes é feita em local no meio da natureza). Este é um ato extremamente lamentável, porque além de destruir o meio ambiente, o sujeito que pratica isso ainda tenta justificar a sua falta de consciência e educação dizendo que pagou para estar ali e por isso tem o direito de emporcalhar o local. Ninguém tem o direito de destruir o meio ambiente, sujando e jogando dejetos de qualquer tipo, por três simples motivos: primeiro, a consciência ambiental já está na hora de nascer na cabeça das pessoas; segundo, sujar é falta de educação, e esta, já deveria vir de casa; e terceiro, jogar dejetos constitui crime ecológico. Outras formas graves de ataque direto ao conceito P.L.U.R são o desrespeito ao gosto e opinião alheio, assim como discriminação (através de rótulos) de pessoas, por qualquer motivo (alguns exs. bordamos na matéria “Chacota? Isso existe mesmo?”), bem como desrespeito com os artistas que estão se apresentando, seja chamando-o de “chacota” ou gritando “acelera” ou mesmo vaiando, quando o estilo de som desse determinado artista não tem nada a ver com músicas rápidas e dançantes.

Alguns núcleos de festas também subestimam a capacidade do individuo de querer a paz, união, respeito e amor em raves e fazem de sua organização um motivo extra para desrespeitar as pessoas e deixar estas ainda mais com os “nervos a flor da pele”, pois não planejam a estrutura devida para o número de pessoas previsto, deixando, por exemplo, que se acabe a água ou o número de banheiros não é suficiente, não colocam lixeiras suficientes, transformando o local em um lixão a céu a aberto etc etc, e isso, quando não cobram valores injustificados em seus ingressos e bebidas. Todos esses motivos fazem com que haja descrença, e deixe o termo rotulado como um ideal inexistente, chato ou bobo. Em uma comparação exagerada, é o mesmo que pregar o comunismo, pois na teoria é nobre e bonito, porém na prática é complicado que dê certo, porque todos tem que fazer a sua parte, seguindo todas as regras e conceitos. E foi por esse mesmo motivo que o comunismo ruiu sobre ele próprio. É por esse simples fato que levantamos ao leitor o questionamento se, de fato, o P.L.U.R esta sendo praticado ou não.

A consciência começa quando encaramos as raves como festas e não como rituais, e que estamos lá para nos divertir com bom senso, sem invadir o espaço do outro, respeitando pessoas, coisas e meio ambiente, e não para praticar as barbaridades descritas no parágrafo acima. Para isso basta tentar levar o que há de melhor de nós para as festas. Fazendo isso já se está inconscientemente praticando um pouco de conceito P.L.U.R.

** Um detalhe curioso a acrescentar é que a cena Techno, apesar de não propagar o P.L.U.R e não seguir completamente seus conceitos, está mais adiantada e ajustada com essa filosofia do que a atual cena PsyTrance, que é sua principal divulgadora, pois há muito mais respeito entre as pessoas e artistas. **

Portanto, visto o retrato que mostramos da fase atual da cena, e para evitar uma maior degradação do movimento rave é muito importante que cada um tente fazer sua parte. Isso garantirá que essa filosofia volte a reinar nas festas de maneira verdadeira e todos se beneficiarão com isso, tentando também levar o conceito para fora das festas, para vida de cada um, no dia a dia.

Texto por Rodrigo Niemeyer Reinelt com colaboração de Rodrigo Robazzi

A seguir a explicação de cada uma das letras que compões a sigla:
* fonte da explicação abaixo: Comunidade PLUR do orkut.

P(eace)

Paz. A tranquilidade interior que está dentro de cada um de nós, apesar de nem sempre sermos capazes de encontrá-la. Quando a possuímos, passamos calma e serenidade a tudo e todos que estão à nossa volta.

L(ove)
Amor. O sentimento incondicional de afeto que sentimos por algo ou alguém. Pela lei universal da ação-reação todo amor que você der a alguém será devolvido a você de alguma forma. Lembro que as duas primeiras letras do PLUR representam nada mais nada menos do que a base do ideal hippie de vida ( Paz e Amor).

U(nion)

União. Apesar de todas as nossas diferenças, todos compartilhamos um conjunto comum de características: somos todos humanos, imperfeitos e dependemos uns dos outros para nossa sobrevivência. Com paz e amor, a união permite a você se relacionar com outras pessoas APESAR de suas diferenças, e até mesmo se enriquecer com esta troca de experiências.

R(espect)
Respeito. Aqui temos que saber reconhecer e aceitar que somos diferentes, APESAR de nosso conjunto comum de características. Precisamos respeitar uns aos outros, a nós mesmos ( cuidando adequadamente de nosso corpo e mente) e até mesmo ao ambiente à nossa volta. Quem respeita não pixa, não agride, ajuda quando alguém precisa, não joga lixo no chão e zela pelo espaço a sua volta.